O PENSAMENTO COMPLEXO
O pensamento complexo é uma forma de pensar, analisar e agir na sociedade a partir da idéia de complexidade. Esse termo não significa aquilo que é muito complicado e, portanto, não deve ser levado muito a serio tendo em vista que nunca se entenderá mesmo.
O termo complexidade vem de complexus e significa a totalidade, isto é, aquilo que é formado por um todo global, de modo que não podemos compreender algo se separarmos do seu conjunto. Mas, para compreender esse tipo de pensamento, precisamos nos voltar as diversas formas pelas quais o ser humano construiu para compreender a sociedade. Ao longo do tempo os homens buscaram compreender o mundo que os rodeiam.Essa ânsia tem sido cada vez maior a partir do momento em que se percebe a necessidade de viver melhor.
A forma racional de refletir sobre o mundo a nossa volta vem, portanto, de muitos anos atrás. Mas foi com as grandes revoluções, como a industrial e a francesa, que surgiram novas necessidades de compreensão da vida, dos problemas e, também, a tentativa de compreender como as coisas funcionam para poder controlar, planejar e galgar novos passos rumo ao progresso e a felicidade.É nesse contexto que surgiram as chamadas Ciências Sociais, tendo como primeira forma o positivismo, cujo pensamento e metodologia de estudo da sociedade se baseia nas idéias de Descartes e no evolucionismo de Darwin. Com isso, nasce uma Sociologia Positivista baseada na idéia de linearidade e de ordem.
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http://blogs.universia.com.br/jnunes/2008/04/08/30/
Complexo vem do Latim complexus, que quer dizer “aquilo que é tecido em conjunto”. Segundo o próprio Morin, nós somos:
Homo (gênero) Homo sapiens sapiens
Edgar Morin diz que é sistemático demais possuirmos um sapiens ou dois, em nossa autodenominação; é preciso acrescentar um demens, ficando: Homo sapiens sapiens demens, o que mostra o quanto somos descomedidos, loucos. Todo homem é duplo: ao mesmo tempo que é racional apresenta certa demência.
Na busca do verdadeiro pensamento complexo de Morin, esbarramos no entendimento de outros conceitos, entre eles, é o de operadores de complexidade:
- Operador dialógico que é diferente de operador dialético
- Operador recursivo
- Operador hologramático
O operador dialógico envolve o entrelaçar coisas que aparentemente estão separadas: Exemplos:
- Razão e emoção
- Sensível e inteligível
- O real e o imaginário
- A razão e os mitos
- A ciência e a arte
Trata-se da não existência de uma síntese. Tudo isto consiste o chamado dialogizar.
O operador recursivo, trata principalmente do fato de que sempre aprendemos que uma causa A produz um efeito B. Na recursividade a causa produz um efeito, que por sua vez produz uma causa.
Exemplo: Somos produto de uma união biológica, entre um homem e uma mulher e por nossa vez seremos geradores de outras uniões.
O operador hologramático, trata de situações em que você não consiga separar a parte do todo. A parte está no todo, assim como o todo está na parte. Esses três operadores são as bases do pensamento complexo. Em resumo temos:
- Juntar coisas que estavam separadas
- Fazer circular o efeito sobre a causa
- Idéia de totalidade: Não dissociar a parte do todo. O todo está na parte assim como a parte está no todo.
Com esses três operadores, você criará a noção de totalidade, mas ao mesmo tempo, criará uma concepção de que a simples soma das partes não leva a esse total. A totalidade (no pensamento complexo), é mais do que a soma das partes e simultaneamente menos que a soma das partes.
- Nós somos considerados seres que:
- Falam;
- Fabricam seus próprios instrumentos;
- Simbólicos, pois criamos nossos símbolos, nossos mitos, e nossas mentiras.
O pensamento complexo afirma também que, além disso, somos complexos. Isto porque estamos inscritos numa longa ordem biológica e porque somos produtores de cultura. Logo, somos 100% natureza e 100% cultura. O conhecimento complexo não está limitado à ciência, pois há na literatura, na poesia, nas artes, um profundo conhecimento. Todas as grandes obras de arte possuem um profundo pensamento sobre a vida. Segundo o próprio Morin, devemos romper com a noção de que devemos ter as artes de um lado e o pensamento científico do outro.
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